Sempre me orgulhei de dizer que tenho uma mãe fixe.
Não é uma mãe que me chama todos os dias ás 20h para jantar, nem que me manda (mandava fazer os TPC), nem, tão pouco, lavar os dentes ou coisas do género.
A minha mãe viaja muito, e quando está em casa provavelmente, sou eu que a chamo para jantar umas torraditas ás onze da noite e para lhe contar o que andei a fazer nestes últimos dias.
Mas é única, e a melhor que me podia ter calhado :)
No entanto, desde que cheguei a Toulouse, tenho a sensação de ter arranjado uma segunda mãe, mas ao contrário, chata, pegajosa, queixosa, chata...(já tinha dito chata...?) Bom, tenho uma mãe francesa. E não, não gosto nem um bocadinho!
De facto, quando cá cheguei, fiquei em casa dela. No inicio tudo correu bem, muito devido ao facto de não nos conhecermos. Ou então, porque ela sabia sempre onde eu estava.
Mas, então, chegou o dia de me mudar para o meu apartamento. Mesmo só com um colchão insuflável e uma caldeira em chamas eu quis ficar, porque eu sou assim, eu gosto do meu cantinho.
Dito e feito, desde então, as chamadas são diárias, as conversas aborrecidas e os convites para programas desinteressantes constantes. De facto, tem sido uma boa prática escrever sms em francês a dizer que não atendi o telemóvel porque estava a estudar (LOL) ou porque simplesmente não ouvi.
Isto chegou ao cúmulo de, numa noite em que saí com um amigo, e não lhe atendi as mil chamadas, ela ligar para a minha mãe, e atender "alô? Catarrrrina?", com o intuito de a preocupar.
Como é obvio, isto proporcionou-nos (a mim e á minha mãe) uns bons minutos de risada.
Esta foi apenas uma das muitas cenas da...vamos chamar-lhe L. (não vá ela aprender português e ler o meu blog)!
Tenho a certeza que a saga vai continuar... e eu vou ter de parar de inventar desculpas e por as coisas no lugar.
Afinal, vim para cá sozinha, e é assim que quero continuar.